Governo do Togo insiste no regresso da Selecção.

No dia em que Angola e Mali marcam o arranque da Taça das Nações Africanas (CAN), o Governo do Togo insiste no regresso da sua selecção ao país na sequência do atentado de que a comitiva togolesa foi alvo na passada sexta-feira na região de Cabinda.

«A posição do Governo não mudou. É uma decisão pensada e tomada desde sexta-feira. Entendemos o ponto de vista dos jogadores, que querem honrar os seus companheiros mortos, mas seria irresponsável das autoridades permitir que continuem», afirmou o primeiro-ministro do Togo, Gilbert Houngbo Fousson, enquanto os jogadores continuam a manifestar o desejo de participar na competição.

«O ataque encheu toda a gente de tristeza, mas a vida continua. Os jogadores querem fazer o seu melhor pelo Togo, isso também será uma homenagem aos mortos», disse Emmanuel Adebayor, avançado do Manchester City e principal “estrela” da equipa.

Porém, Tomas Dossevi já confirmou que a comitiva do Togo se encontra à «espera do avião do presidente togolês» para deixar o território angolano. «Podemos partir a qualquer momento. Este não é um bom sítio para jogar e temo pelos outros jogadores que vão ficar», expressou o jogador do Nantes.

Entretanto, o guarda-redes Kodjovi Kadja Obilale, baleado nas costas durante o atentado e que no sábado foi transferido de urgência de Angola para uma unidade hospitalar na África do Sul para ser submetido a uma delicada intervenção cirúrgica, encontra-se em estado grave mas estável.

O ataque ao autocarro da selecção o Togo, que viajava para Cabinda, causou a morte ao condutor, de origem angolana, e a dois membros da delegação togolesa (treinador-adjunto e assessor de imprensa), tendo outros seis ficado feridos. O atentado foi reivindicado pela guerrilha separatista da Frente para a Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC). As autoridades angolanas já afirmaram que vão reforçar a segurança junto das selecções.

Hoje, Angola e Mali (19 horas) marcam o arranque da competição que vai decorrer até dia 31 de Janeiro.