Eterno menino grande

CAICEDO MOSTRA DISPONIBILIDADE TOTAL PARA OS JOVENS

Felipe Caicedo tem sido por estes dias o jogador do plantel mais solicitado pelos jovens participantes nas "Férias Desportivas" da Academia. A todos, o internacional equatoriano responde com um sorriso, com uma palavra amiga, com total disponibilidade para corresponder aos mais inesperados pedidos.

É que o avançado de 20 anos não esquece as dificuldades por que passou numa infância ainda não muito distante, vivida num bairro problemático de Guayaquil, no Equador, do qual só conseguiu sair graças ao futebol. "O meu pai é vendedor ambulante [de amendoins] e a minha mãe lava, passa e cozinha numa casa particular, é empregada doméstica. Com esforço e trabalho, quiseram dar-nos estudos, às minhas cinco irmãs e a mim. Eu, embora sempre lhes tenha obedecido, sabia que o meu futuro era o futebol, chegar a futebolista profissional", confessava o sul-americano na última entrevista concedida ao "Anuário" do clube em que se formou, o Rocafuerte FC.

Criado em Guasmo Sur, um bairro pobre da periferia de Guayaquil, cedo o avançado começou a dedicar-se à principal paixão, sem nunca abdicar dos estudos. Aliás, as irmãs elaboravam uma escala para levar e trazer da Escola Camillo Gallegos o pequeno Felipito - como é tratado em casa - "para que não se desviasse para jogar futebol". "Quando tinha autorização do pai e da mãe", o agora número 11 da equipa leonina corria para o campo pelado do seu bairro, onde "com apenas 9 anos era escolhido para participar em jogos, nos quais enfrentava miúdos de 14 e 15 anos". Por esta altura não perdia uma partida transmitida pela televisão e era companheiro inseparável de Duker Corozo, o pai, nas idas ao Estádio Monumental para assistir aos encontros do Barcelona de Guayaquil.